Retrovisor: Formigão, o utilitário de fibra fabricado na Penha
Na semana passada, a coluna Retrovisor relembrou o Jornada, conversível desenhado por Paulo Renha. Foi o gancho para lembrar de outras criações do mesmo projetista carioca.
Nos anos 70, a mecânica dos Volkswagen refrigerados a ar era a matéria-prima para uma variada indústria de veículos de pequena série. Foi em 1975 que Renha concebeu para a Norma Escapamentos um triciclo de garfo longo e corpo curto, com carenagem de fibra de vidro, além de motor e caixa de Brasilia. O “cavalo de aço” virou febre e chegou a ser exportado para a Europa. O sucesso foi tamanho que o projetista criou sua própria empresa para fabricar o triciclo, a Renha Indústria e Comércio de Veículos Ltda., na Rua Guatemala 371, Penha Circular.

E foi ali que nasceu o Formigão, como noticiou a coluna Auto Moto, do GLOBO, em 6 de abril de 1978: “(…) o Formigão é o mais novo utilitário nacional, destinado especialmente a serviços de entregas nas cidades, ou de transporte em pequenas fazendas (…). Menor 11cm que o Brasilia, consegue fazer 11km/l de gasolina a plena carga, que é de 650 quilos. A carroceria é de resina poliéster reforçada com fibra de vidro, do que resultou um veículo leve e ao mesmo tempo resistente. A mecânica é a do Volkswagen 1600. Na cabina podem viajar, além do motorista, mais duas pessoas, e na carroceria aberta há amplo espaço para o transporte de volumes. (…) A fábrica tem capacidade para produzir até 15 unidades por mês”.
A picapezinha pesava 650kg (que também era sua carga máxima, repare só…). Suas linhas eram limpas, retas e naturais, chamando a atenção pela frente em cunha e pelas “máscaras negras” na dianteira e na traseira — na verdade, largos para-choques que abarcavam faróis e lanternas. Era algo bem diferente e moderno.
A Renha manteve a produção até por volta de 1980. Depois, os moldes do Formigão foram repassados à paulista Coyote. A última fábrica do modelo foi a também paulista CBP que, no fim dos anos 80, mutilou o que restava do estilo original do Formigão.
Fonte: O Globo
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!